Como é difícil deixar ir o que construímos com tanto amor, não é? Como é custoso evitar olhar para trás, para tudo o que fizemos, e não querer colocar os pés naquele tempo só mais uma vez…. São lembranças boas que tornam inacreditáveis as situações daqueles lugares hoje .
Foi complicado e ainda está sendo a compreensão pois é horrível ver a abdicação de seu tempo e a doação de sua força se esvair sem muitas explicações. Mas neste momento, talvez neste exato momento, eu possa te contar um detalhe que eu não enxergaria até escrever esse texto.
O meu maior empreendimento não estava no tempo ou na força com que trabalhava naquela obra, mas no amor que depositava dia após dia. Aquele amor que “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” e que, se preciso for, te faz enfrentar ursos e leões. Aquele amor que se alegra ao ver os outros indo mais longe e sendo melhores que você. O amor que é o elo perfeito.
Vivemos um tempo em que amar e se expressar dessa maneira é considerada uma atitude burra dos que não sabem viver. Mas que surpresa a minha saber que por causa desse amor vivi os melhores anos da minha vida nas companhias mais improváveis. Por causa desse sentimento inútil tive coragem para lutar por quem nunca levantaria um dedo por mim. No fim, amar é para os fortes.
E que felicidade a minha conhecer a história de um Deus que se fez carne e viveu entre nós por simplesmente nos amar. Ele amou e abdicou de sua vida para que pudéssemos, através dele, saber o que é amor. Ele é amor.
O meu coração ainda se desmancha ao ver tudo jogado ao vento. Mesmo de longe, observo impaciente e tentando entender as causas que enchem meus olhos de lágrimas e me arrancam algumas orações chorosas. Mas como disse C.S.Lewis, “amar é ser sempre vulnerável. Ame qualquer coisa e certamente seu coração vai doer e talvez se partir.” O amor é a partícula de vida em nós e “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” e faz valer a pena.