A obesidade é um tema muito falado e tem sido cada vez mais comum quando o assunto são as crianças. A obesidade infantil é um ponto que assusta os profissionais de saúde.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 33% das crianças entre 5 e 9 anos estão com sobrepeso. A partir disso, comorbidades associadas podem surgir, como alterações na glicemia e perfil lipídico, resistência à insulina e desenvolvimento de Diabetes tipo 2.

O nutricionista infantil pode auxiliar de diversas formas e em diversos momentos. O acompanhamento desde o início da introdução alimentar pode ser um grande aliado para muitos pais. Esse é um momento que gera muitas dúvidas e o profissional capacitado pode auxiliar de forma efetiva, com a estruturação da alimentação do bebê, incluindo os modos de preparo, a conscientização da qualidade na escolha de alimentos, os grupos alimentares e a hora de oferecer cada alimento e líquidos. Você sabia que, por exemplo, a oferta de açúcar antes dos dois anos de idade é contraindicada? E muitos alimentos possuem o açúcar adicionado em sua fórmula sem que os pais saibam. A leitura de rótulos é uma ferramenta muito importante para os pais.

Para as mamães que amamentam, o acompanhamento de sua alimentação também é essencial. O aumento do consumo de energia feito de forma adequada, a ingestão hídrica, ajustes de nutrientes, são de extrema importância tanto para a mãe quanto para o bebê. O auxilio para a volta ao peso habitual deve ser feito com acompanhamento e dietas restritivas visando apenas estética não são indicadas.

No período da escola, com o início do contato com os colegas, a conscientização da criança e dos pais sobre as melhores opções para uma alimentação nutritiva e saudável, são fatores chave. Nos casos em que houver perda ou ganho de peso sem causa aparente o acompanhamento se faz essencial, para investigação de sinais, queixas, sintomas e exames necessários para avaliação. Casos de alergias e intolerâncias alimentares também devem ser acompanhados, assim como a seletividade alimentar.

Para os pais, atitudes que podem ajudar são o desenvolvimento do interesse e autonomia da criança pelos alimentos, permitindo que elas auxiliem no preparo de receitinhas e escolha dos alimentos. O exemplo, que é fundamental, pois é complicado querer que seu filho coma salada se você não o fizer. Busquem ideias divertidas juntos de comer frutas e verduras. Escolha pelo menos uma refeição do dia para fazerem juntos, sentados à mesa. Esse momento é muito importante para consolidar hábitos saudáveis e familiares também. E reserve um tempinho para conversar sobre a diferença entre os alimentos, como uma vitamina de banana e um suco pronto, ou um pacote de bolachas e uma fruta in natura.

A base para os hábitos das crianças começa em casa, e como pais, temos a oportunidade de sermos aliados dos nossos filhos em incentivar e ensinar hábitos saudáveis que os acompanharão por toda a vida.

Luisa Chioato

Luisa Chioato

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