Afinal, quem me justifica?

A alguns meses vivi um daqueles momentos em que é preciso engolir a raiva e seguir
com a vida. Sofri um acidente em que, claramente, a vítima era eu: uma senhora ao estacionar
não olhou no retrovisor e acabou prensando minha perna junto a moto que eu estava. Mas o
problema maior sequer foi o próprio acidente (tá bom que eu fiquei em estado de choque)
mas na ação de um terceiro que, após me oferecer uma ajuda mequetrefe e percebendo meu
estado vulnerável, sugeriu “amavelmente” que quem estava cometendo uma infração era eu
por estacionar atrás do carro daquela senhora.


Naquele momento meu impulso natural era esbravejar aos quatro cantos toda a minha
indignação, meu descontentamento e desapontamento. Queria “esfregar” minha habilitação
na cara de quem quisesse ver e mostrar que, nos meus 5 anos habilitada, nunca havia causado
ou sofrido acidentes. Mas a verdadeira questão é a seguinte: afinal, quem me justifica?
Diante de uma situação em que eu estava certa, mas sofrendo uma injustiça, quem me
justificou foi…. Eu mesma.


E assim descobri um grande defeito que sorrateiramente mora em meu coração. Na
vida secular sou um ser muito pragmático, não ando sem documentos pagos, não faço contas
de longo prazo, não compro se não tiver necessidade ou dinheiro para pagar. Sim, sou essa
pessoa que segue regras. Dou a César o que é de César. Sem rebeldias.
E isso não é errado de maneira alguma, é o que devemos fazer e ser aqui,
irrepreensíveis perante o mundo e Deus. Mas eis onde justamente habita meu pecado: no meu
comportamento “correto”.


Eu sinto um baita orgulho de ter ficha limpa. Mais orgulho ainda de saber ler e
interpretar leis. Sou orgulhosa de coisas que não são mais que minha obrigação e nisto,
encho-me de mim mesma para me justificar.


Entretanto, viver Cristo é a completa renúncia do meu eu, pois já não vivo eu, mas
Cristo vive em mim! Minha atitude de buscar nos meus atos uma forma de justiça foi o pior
cenário possível pois só consegui provar que não estou em Cristo. Não foi Jesus quem falou
mais alto em minha atitude e, por mais desculpas que eu possa oferecer (estava nervosa, em
choque, com dor, assustada) a arrogância estava ali.


Discretamente eu alimentava um monstrinho cheio de si e pronto para atacar. Usava a
mim mesma como parâmetro mas dizia que não. O pecado não é algo que estará exposto sob
uma luz neon: ele vai habitar as suas verdades. A disposição para conhecer a si mesmo e
descobrir que coisas certas com motivações erradas são sim um mau, deve te colocar em uma
posição bastante vulnerável. Mas é nessa vulnerabilidade que Jesus crescerá. É quando você
reconhece as suas fraquezas que o que te tornava frágil não te ferirá mais.


Deus é perfeito em tudo que cria, até mesmo em nós. Eu me vi numa cilada criada por
mim mesma, mas enxerguei oportunidades onde meu orgulho só via injustiça, porque o nome
que quero lembrar é o que está acima de todos os nomes, não o meu

Thuanne Santos

Thuanne Santos

Olá! Meu nome é Thuanne, tenho 26 anos, sou casada e moro atualmente em Tupaciguara (mas de mudança para Uberlândia). Sou graduada em História mas apaixonada em Jornalismo, faculdade que estou cursando no momento. Espero que gostem bastante do texto que foi escrito com muito carinho para a Revista! Obrigada pela oportunidade!

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