A maternidade da minha mãe me tornou a mulher que sou

Eu ainda não tenho filhas, mas eu imagino que criar uma mulher deve ser uma tarefa linda, daquelas lindas lindas mesmo.

Mas, embora eu não possa falar da minha maternidade, eu certamente posso falar sobre a maternidade da minha mãe porque foi o maternar dela que me tornou a mulher que eu sou hoje, e talvez você tire algumas lições que possa aplicar ai. Eu certamente tentarei fazer o mesmo quando for criar a minha menina.

  1. Minha mãe SEMPRE prestou atenção em mim. E não estou falando de cuidar para que eu não caísse da escada ou não engolisse uma pedra, eu estou falando de me enxergar. Eu sempre me senti vista, olhada. E para uma criança (até mesmo para um adulto), saber que existe alguém no mundo que te enxerga é de uma segurança e de um aconchego sem explicação.
  2. Minha mãe parece a princesa da Inglaterra até você mexer comigo e ver ela se tornar uma leoa. Pensa numa mulher elegante e educada, essa é a minha mãe, mas não mexe com as crias dela não que você não faz ideia do tamanho que essa mulher fica. E eu sempre soube que se eu estivesse errado a minha mãe nunca defenderia o erro, mas sempre defenderia a filha. E há uma diferença muito grande nisso. Porque eu cresci sendo defendida em público e corrigida em casa.
  3. Minha mãe me frustrou (e arrisco dizer que nem sempre foi difícil pra ela). Olha, eu não sei se é mesmo tão difícil dizer não para uma criança, mas a minha mãe parecia tornar isso uma tarefa muito simples. Aqui, pode ser que ela me corrija dizendo que nem sempre foi, mas se sim ou se não, eu agradeço frequentemente por ter ouvido tantos “nãos” dos meus pais e me comprometo a fazer de tudo para também dar uma frustrada nas minhas crias. Uma das poucas coisas que eu realmente não suporto é gente mimada. Arregaça as mangas e faz, meu querido, dê conta da vida, é difícil mesmo e está tudo certo.  
  4. Nunca me faltou um pingo de amor. Eu nunca senti falta de amor, de colo, de abraço, de tempo com minha mãe. Ela se dedicou não apenas a nos educar e a estar com a gente, mas a nos amar e a nos cuidar. Se algo nos faltou, nunca foi amor.

Certamente, há uma lista gigante de lições que aprendi com a minha mãe e que espero conseguir replicar com as crianças no futuro, essas lições certamente caberiam em um livro também.

Mas, a verdade do que eu queria dizer com esse texto é ainda mais simples. Só queria ser a filha do futuro que diz para a minha mãe que a maternidade dela deu certo. Que a culpa que ela com certeza carregou, que as dores que enfrentou, que as renúncias que fez e que todas as lágrimas que derramou, valeram a pena. Não que eu seja uma mulher incrível, mas eu com certeza todos os dias tento ser uma mulher que faça a minha mãe sentir orgulho, porque eu sou o resultado da maternidade dela e eu não poderia jogar tudo o que ela fez por mim no lixo.

Se você está com medo da sua maternidade, da mãe que está se tornando, eu quero que saiba que só a sua preocupação já é suficiente para que você saiba que certamente um dia vai ouvir sua filha dizendo que deu certo e que valeu a pena.

Mãe, obrigada por cada coisinha e por cada coisona também. Te amo!

À todas as mamães, vocês são essenciais! Feliz seu dia!

Bruna Thalita

Bruna Thalita

Bruna Thalita tem 27 anos, e tem se descoberto uma mente multipotencial. É advogada, historiadora por formação, empreendedora desde muito nova e escritora por paixão e necessidade.

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