Hoje, a lembrança do passo que mudou a minha vida inundou a minha mente e me fez reviver aqueles dias tão distantes, mas tão seus.
Lá estava eu: escutando músicas nada edificantes, com pensamentos voltados para a morte e coração carregado de tristezas e incertezas. Naquele dia escrevia uma carta que encerraria um ciclo. Eram palavras cheias de experiências dolorosas e feridas que talvez nem o tempo fosse capaz de curar. Escrevia sobre viver naquele mundo que dificilmente seria compreensível, sobre a vontade de ser outro alguém, imaginava como seria ter uma vida normal e planejava um futuro no qual teria as rédeas de mim mesma e frustraria os palpites que muitos tinham a meu respeito.
Sabe de uma coisa? Muitos anos depois, consigo ver Deus agindo até nesse ato de desamor próprio. Essas palavras eram como orações aos seus ouvidos: Ele sabia do que a menina Thuanne precisava e entendia que ela não sabia quem era Ele.
Sabe de outra coisa? Vejo sua misericórdia sabendo hoje o restante dessa história. Aquela garota de 15 para 16 anos viveu mais da metade da sua vida prendendo palavras em sua garganta, escutando pessoas dizendo que ela nunca chegaria a lugar algum, vendo coisas ruins sem poder agir da maneira como julgava correta.
Mas lembra daquela história da semente plantada em terra boa? Talvez nem fosse tanto uma terra boa – mas Ele achava que sim – mas aquela semente foi plantada ali. Não sei quando, creio até que bem antes de chegar a adolescência, estava ali a sementinha. Todavia, sabe quando as raízes passaram a nascer? Quando aquela garota de 15 para 16 anos fez uma escolha: o passo para todo o sempre.
Ela não tinha que “se mostrar” pra ninguém. Seus pais não foram exemplos. Seus amigos não foram parte do caminho. Mas ela decidiu por Ele. E quando ela o quis, apagou todas as suas músicas nada edificantes, rasgou todos os registros de uma vida que ela não queria recordar mais. Nasceu de novo para o novo que nEle há e nEle fincou as raízes.
Aquela escolha não foi por barganha (aceita Jesus que eu te dou um celular), não foi por pressão e nem por amizades (nem as da igreja influenciaram tanto). Aquela foi a escolha da sua vida porque ela sabia que a partir daquele momento estava com aquele que nunca a deixaria, jamais a aconselharia de forma errada e com certeza a amaria de um jeito que ninguém conseguiria e que até em seus erros estaria ali para enxugar suas lágrimas.
Alguns anos depois, o seu amor ainda a constrange. Desde o princípio, ela sabia que erraria. Faria escolhas erradas ao longo da vida e sofreria as consequências. Nunca pensou que se tornaria um exemplo de santidade, afinal, Ele vem para os que estão machucados e não para os sarados, não é?
No pouco que sabia (e sabe) sobre Ele entendeu que deveria abrir a porta todos os dias e o convidasse a entrar. E quando tudo estava escuro e sem forma, Ele estava lá junto ao frio e ao vazio profundo de seu coração. A esperança viva a vivificou e um novo amanhecer se fez conhecido.
Hoje suas recordações mostram que uma escolha pode ser a mudança de tudo o que há. Se antes tudo era nada, hoje tudo é Jesus. Ser grande ou pequeno não te exime das consequências de suas escolhas. Ser “novo” não é desculpa para viver a vida loucamente. Ter uma família que não o apoia não é justificativa para não saber o que quer.
Breve Ele vem e o que você escolheu? Para quem sua alma se volta? Em que lugar mora o seu coração?
Seu passo para todo o sempre está…. a um passo.