SER MADRASTA É AMAR ALGUÉM QUE NÃO TEM SEUS OLHOS 

​‘Se o respeito, os valores e os interesses forem valorizados, a relação entre madrasta e enteados pode ser um mar de rosas apesar de todos os desafios’’

Já parou para pensar no que é ser madrasta? O que isso implica? Quais desafios podem ser enfrentados? Até que ponto você pode ir e o mais sensacional: amar alguém que não tem seus olhos.

Ainda existem muitos preconceitos sobre ser madrasta, sobre os poderes e deveres, se podem ou não intervir na educação das crianças, visto que moram e dividem a mesma casa e dividem a mesma rotina. Quando nos apaixonamos por alguém que tem filhos de um relacionamento passado, abrimos nosso coração ainda mais para uma relação que envolve muito amor, dedicação e muita, muita paciência. Poderia romantizar e dizer que é tudo tranquilo e muito fácil, mas acreditem, não é! Envolve muitas coisas que vão além somente do amor entre casal e enteados, é um desafio enorme, porém uma recompensa incomparável, receber o amor das crianças por você. De um lado está você, com seu relacionamento e do outro está a mãe e que na maioria dos casos não tem afeição pela madrasta por N motivos, e na maioria ciúmes, acredito eu, e isso exige um jogo de cintura muito grande para não deixar se abalar por coisas alheias. Em contrapartida, existem mães que te recebem de braços abertos e se tornam sua amiga, por saber que você irá participar do processo de vida da criança.

Apesar de todos os desafios, amar uma criança que não é sua biologicamente é uma experiência de amor incondicional. À medida que os vínculos se fortalecem e as barreiras emocionais são superadas, a madrasta e a criança podem desenvolver uma relação especial, baseada no respeito, na confiança e no carinho mútuo. A capacidade de amar além dos laços sanguíneos é um testemunho do poder do amor verdadeiro e da capacidade humana de criar laços afetivos profundos.

A rotulação das madrastas…

O primeiro desafio que as madrastas enfrentam ao começarem a namorar ou se casarem com alguém que tem filhos é desconstruir o rótulo de mulher má que não gosta dos enteados nem da mãe deles, e fará o que puder para estragar essa relação. ( E acreditem, você será muito taxada por isso). Claro que existem madrastas ruins, assim como existem péssimas mães biológicas. Mas grande parte das madrastas desejam se integrar à família do namorado ou marido, demonstrando suas boas intenções e o respeito por aquele seio familiar.

Madrastas se sentem proibidas em perder a linha…

É como se as madrastas assumissem o papel da mãe na ausência dela, cuidando, dando carinho, preocupando mas não tivessem o direito de perder a paciência e dar uma bronca, do mesmo jeito que a mãe faz, isso entra no ponto de até onde a madrasta pode ir Ou não sentir liberdade total? Sendo assim, seu amor seja talvez ainda maior, porque você continua ali, mesmo passando por tantas situações. Será que é fácil viver pisando em ovos? Muitas madrastas se sentem proibidas de agir naturalmente, como se precisassem apenas receber a aprovação de todos à sua volta.

Às vezes essa sensação é real, pois a pressão existe de fato. Mas, outras vezes, é um sentimento movido pelo medo da desaprovação ou de conflitos com os enteados, mas que nem sempre traduz a realidade.

Não se pode fingir que o rótulo sobre as madrastas não existe, mas é possível mostrar a todos que você é uma pessoa que surgiu para somar, não para dividir ou ‘tomar’ o lugar de alguém, mesmo em casoS que a mãe não esteja mais presente, a madrasta não tem que substitui-la. Você continua sendo quem é, dando suporte na educação das crianças, mas mantendo o pai como o principal responsável na casa.

Para as madrastas sem filhos, fica um desafio ainda maior, a divisão do tempo. O homem que já é pai, jamais terá 100% do tempo para você assim como você tem para ele, ou como você já teve em algum relacionamento passado. Existem obrigações ali a serem feitas e que precisam de um gasto grande de tempo, e não romantizo dizendo que é bobagem e que não faz falta, pois não é bobagem, é adaptação, aceitação, rotina e o principal, escolha. Porém quando você está com alguém que realmente importa e te valoriza, isso vira um mero detalhe.

Ser madrasta é um compromisso constante de aprendizado, crescimento e adaptação. É uma jornada repleta de altos e baixos, mas também de momentos de alegria, conexão e gratidão.

Amar uma criança que não é sua biologicamente é um ato de generosidade e amor altruísta, capaz de enriquecer a vida de todas as pessoas envolvidas. É uma oportunidade de ser uma presença positiva e impactante na vida de uma criança, contribuindo para o seu desenvolvimento emocional e crescimento saudável.

Por: Juliana Moura

Neuropsicopedagoga

Juliana Moura

Juliana Moura

Olá, me chamo Juliana Moura tenho 32 anos, apaixonada no universo infantil. Sou Neuropsicopedagoga Clinica e Institucional, especialista em alfabetização e inclusão com método neurocientífico, estudiosa em Montessori, método Pikler, disciplina positiva, Neurociências e Educação Parental.

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