Bruxas no comando

Eu entendo que as pautas mais ativistas podem parecer cansativas para uma parcela da população e que muitas vezes, não parecem refletir o problema de fato ou ainda não tratá-lo com clareza, portanto, uma parcela importante pode, muitas vezes, não se sentir representado em termos de luta, mesmo tendo interesses e dores em comum.

Porém, não podemos apenas fechar os nossos olhos e evitarmos os problemas, mas sim, é importante observarmos, nos educarmos e buscarmos nossos direitos até que eles sejam uma realidade que ninguém ignora. Nosso exercício mais difícil, talvez seja, o de possibilitarmos discussões que geram reflexões e compreensão de um todo e não apenas de um individual.

Por isso, Bruxas no Comando sim! E claramente, o título do texto é uma brincadeira nada irônica sobre uma memória que perseguiu as mulheres por muito tempo, tendo início na Idade Média.

Vamos dar um rápido mergulho na história: nos tempos que conhecemos como Idade Média, onde a mulher tinha um lugar subalterno na sociedade, as mulheres que tinham algum tipo de habilidade, fosse com remédios, conhecimentos sobre partos ou tudo que por alguma razão parecesse místico e demonstrava habilidade para com a vida, deixava a igreja assustada e com medo, por isso, eram chamadas de “bruxas”. Aqui, é importante notar, e permitido que seja uma reflexão pessoal, que aquilo que dava qualquer poder e tirasse a mulher do controle eclesiástico soava como ameaça, logo a “melhor” forma de refutar isso, era criando um imaginário depreciativo sobre elas.

Ou seja, podemos perceber que conhecimento e independência quando relacionados às mulheres eram tratados como ofensivo, perigoso e até discriminatório.

Essa mentalidade de mulheres bruxas fez com que em um período entre a Idade Média e a Idade Contemporânea, mais de 50 mil mulheres foram condenadas à morte e mais de 10 mil fossem julgadas por bruxaria. Logo, os dados mostram que muitas mulheres morreram por terem habilidades, competências e independência. E aqui, se me permitem, é interessante pontuar que sim, essas mulheres morreram por condenação!

É, dizem que mulheres fortes assustam!

Mas, o que queremos ressaltar aqui é como as mulheres possuem uma força realmente necessária, e aqui, sem diminuir a relevância dos homens nas mais diversas áreas também, para isso, é importante observamos a relevância da mulher através de alguns dados.

Então, vamos observar alguns dos dados que a OIT apresentou em um relatório de 2015, em uma pesquisa realizada com mais de 13 mil empresas de 70 países, mostrando que quase 75% das empresas entrevistadas afirmaram que a diversidade de gênero trouxe um aumento de 5% a 20% do seu lucro, mais da metade das empresas relataram melhora na criatividade e inovação e 71% das empresas brasileiras afirmaram que essa diversidade aumentou seus resultados financeiros.

Agora, vejam, pesquisas atuais demonstram que as mulheres serão fundamentais no pós pandemia, e eu vou te contar alguns motivos. Em regra, as mulheres apresentam: alta capacidade de resiliência e inovação, capacidade de exercerem muitas tarefas, tomada de decisão mais assertiva e com cautela. Esses são apenas alguns dos motivos apontados pelas pesquisas.

Se somos bruxas ou não, ai já não sei… mas é inegável que somos something else and more, sim, somos algo a mais, e você sabe bem do que eu estou falando!

Bruna Thalita

Bruna Thalita

Bruna Thalita tem 27 anos, e tem se descoberto uma mente multipotencial. É advogada, historiadora por formação, empreendedora desde muito nova e escritora por paixão e necessidade.

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