Em pleno século XXI muitas pessoas ainda tem preconceitos no que se refere à saúde mental e ao adoecimento. Ainda lidamos com um tabu.

Infelizmente, falar sobre saúde mental não é uma prática da nossa sociedade e a maioria das pessoas têm receios em falar sobre suas emoções e seus sentimentos.

Quando ouvimos falar em saúde mental rapidamente relacionamos à doença mental, quando na verdade, ter saúde mental vai muito além do que ter ausência de algum diagnostico. A ausência de um transtorno mental não indica, necessariamente que o indivíduo tenha uma saúde plena.

Para além da ausência de problemas ou de um diagnostico, a saúde mental é compreendida como um estado em que a pessoa está bem o suficiente para lidar com as situações do seu dia a dia, com os diversos acontecimentos, com os imprevistos e contrariedades, com o trabalho, com as relações e com o ritmo de vida imposto pela contemporaneidade.

Saúde mental é um bem estar no qual a pessoa é capaz de desenvolver suas habilidades pessoais, consegue lidar com os estresses da vida, trabalha de forma produtiva e se encontra apto a dar sua contribuição para a sociedade, tomando decisões em relação à própria vida, se organizando interiormente e organizando o que está ao seu redor. É estar bem consigo mesma e com os outros, aceitando as exigências da vida e sabendo lidar com as próprias emoções, sejam elas positivas ou negativas.

O  adoecimento mental infelizmente ainda é visto como um sinal de fraqueza, de inferioridade, de falta de fé ou mesmo uma invenção para não cumprir ou fugir das suas obrigações.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde pode ser interpretada como um estado de bem-estar físico, mental e social completo e não apenas a ausência de uma doença ou enfermidade.

Diante de tudo isso, pensar na promoção de saúde mental é também trazer prevenção e informação a toda população, de modo que, através do conhecimento esse tabu possa, pouco a pouco, deixar de existir e nós possamos lidar com suas implicações de modo mais assertivo, tanto como indivíduos, como quanto sociedade.

Pensando nisso, desde 2014 temos a campanha intitulada “Janeiro Branco” que visa conscientizar a população sobre a importância da saúde mental. O seu objetivo é chamar a atenção para as questões relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas e das instituições.

Janeiro foi o mês escolhido por ser o primeiro mês do ano e em termos simbólicos, é um momento em que as pessoas estão mais propensas a pensarem em suas vidas, em suas relações sociais, em suas emoções e em seus sentidos existenciais. E, como em uma “tela em branco”, as pessoas podem ser inspiradas a escreverem ou a reescreverem as suas próprias histórias.

A campanha tem o intuito de gerar conscientização, combater o tabu, quebrar paradigmas, fomentar uma cultura voltada para a saúde mental, orientando e inspirando autoridades a respeito de importantes questões relacionadas à saúde mental, já que esta preocupação não deve ser apenas dos especialistas, como psicólogos e psiquiatras, mas também uma responsabilidade de órgãos do governo e de toda população.

Trabalhar a educação preventiva e contribuir para a formação de idéias que valorizem a saúde mental é um dos objetivos centrais da campanha.

É importante salientar que existem algumas práticas que podem ajudar na manutenção da nossa saúde mental e entre elas estão, cultivar pensamentos e sentimentos positivos para consigo mesma, com os outros e com a vida, compreender que as outras pessoas tem qualidades e limitações, manter boas relações familiares e sociais, estar com quem se ama, fazer coisas que sejam importantes para si como algum hobby ou atividade prazerosa, desenvolver a sua espiritualidade, ter uma alimentação saudável e equilibrada, praticar exercícios físicos, dormir bem, praticar o autocuidado e o autoconhecimento, entre outros.

Cuidar da saúde mental também é cuidar da saúde integral, já que os cuidados com a saúde mental são fundamentais para a qualidade de vida e para a prevenção de doenças.

É importante lembrar que todas as pessoas podem apresentar sinais de sofrimento psíquico em algum momento ou fase da vida e que isso não é o fim, mas apenas um momento que precisa ser enfrentado com coragem e disposição para vencer esse desafio, compreendendo seus limites e procurando ajuda profissional quando for necessário.

Quem cuida da mente, cuida da vida!

Com carinho,

Fátima Aquino

Psicóloga Clinica

Fátima Aquino

Fátima Aquino

Fátima Aquino - Psicóloga Clínica - CRP 04/45482, Pós graduação em Psicanálise e em Terapia Familiar

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