Era uma vez uma moça baixinha de cabelos encaracolados que, respirando bem
fundo, entregou sua vida a Deus. Ela só não sabia que essa entrega acarretaria na sequência
de suas piores dores – e também em suas maiores alegrias. “Se engana quem imagina que
com Jesus todos os problemas estarão automaticamente resolvidos”, falava ela em toda
oportunidade que podia.
Até que, da noite para o dia, sua vida virou do avesso. Nos dias que antecederam o
fatídico ponto de virada, ela tomou uma decisão que tornaria sua vida completamente
diferente, pedindo para que Deus refizesse sua vida “custe o que custar”. Decidir por Jesus
foi o primeiro passo para a vida.
Ela só não sabia que para quebrar o vaso era preciso… um martelo em mãos. Jesus a
ouviu e transformou sua vida, e ali começaram seus piores dias: ameaçada de morte, a moça
precisou fugir de casa e viver escondida por um ano. Deixou a faculdade, amigos e viveu
reclusa, e ali teve a certeza de que sua vida findaria. Se viu sem chão, sem lar e sem família.
Estava completamente só e não haveria saída e nem perspectivas de mudanças vindouras – é
só lembrar que ela ficou escondida por um ano.
Mas uma certeza insistia em existir, uma única razão para viver: Jesus.
Mesmo no escuro e sem lugar para ir, ainda que não conseguisse respirar e
completamente sem forças, Jesus era tudo que ela poderia se agarrar, porque somente em
Deus temos vida.
Ao andar pela via dolorosa, a caminho da própria morte, Jesus e outras pessoas que
acompanhavam a situação, não enxergavam mais solução, pois o julgamento fora feito, a
decisão estava tomada. Esse era o fim e ponto final.
Mas, como privilegiados que somos, sabemos que Deus não lida bem com
impossibilidades. Ele é o Deus do impossível e isso deveria bastar para nossa compreensão.
Aquela não era a conclusão da história, mas era o princípio da vida em nossas almas. Aquele
era o começo de uma história que permanece e está viva.
Grandes histórias não são as mais surpreendentes, nem as mais complexas, muito menos as
repletas de reviravoltas, mas são as reais.
Para aquela moça, naquele finito momento, era o fim. Era o ponto final de sua
história. Ela só não poderia imaginar que seu pedido estava sendo atendido e Deus a fazia
nascer de novo. Sua história recebia um ponto final e agora suas escolhas não estavam
atreladas a decisões de outras pessoas, mas justificadas em Cristo.
O sacrifício de Cristo foi o fim de um ciclo e início da vida eterna. Os seus passos nos
mostram que não há problema sem solução ou situação sem saída. Ele é o caminho, ele é a
vida e a verdade. Por meio dEle tudo se fez, tudo se faz e tudo se fará. Percebeu que no
passado, presente e futuro, Ele era, é e sempre será. Quando nossos olhos se fecham para a
vida que conhecemos, abrem-se para a eternidade em Cristo. Sou testemunha ocular de que a
ressurreição ocorre na vida de quem verdadeiramente escolhe viver o reino de Deus.
A páscoa é a libertação do povo de Israel da escravidão do Egito, o cumprimento da
promessa feita a Abraão e a perspectiva de uma nova vida, renovada na esperança que
provém do sacrifício de Jesus Cristo.
Por Thuanne Santos