“Ninguém vence pela sua própria força”

Existe uma ironia presente nas relações atuais que me deixa particularmente curiosa: a solidão. Tá certo que a maioria dos storys são recheados de muitas pessoas apreciando seus cafés com seus milhares de melhores amigos. É um quadro bonito de se ver mas, raramente, real. Se prestarmos o mínimo de atenção, o aumento de casos relacionados a ansiedade e depressão tendem a provar o meu argumento: pessoas com companhia não estão acompanhadas. 

E eu me deparo na bíblia com a história de uma mulher que mesmo no vazio de sua angústia encontrou forças naquele que nunca desampara. A vida de Ana costuma ser resumida em poucas palavras: aquela que, mesmo estéril, teve o milagre de gerar um filho. E sim, esse fato é muito importante mas, além de mãe de um dos profetas/sacerdotes mais conhecidos da bíblia, Ana nos passa uma importante lição: não estamos e não precisamos lutar sozinhas.

Ana tinha um sonho, mas era zombada e atormentada por Penina. Ana entregou sua aflição a Deus, e Deus realizou o desejo de seu coração. Ana recebeu seu sonho e o entregou, literalmente, a Deus, pois tinha ciência que a sua maior vontade foi realizada pelo Pai e para Ele deveria viver para sempre. 

Confiar que um anseio pode se tornar realidade é uma coisa, colocá-lo nas mãos de Deus e ter esperança que nele tudo é possível, é outra coisa. Mas ter o sonho realizado e pô-lo à disposição do reino de Deus, despojando-se do ego de ter aquilo em suas mãos e dedicando-o ao Senhor, é saber reconhecer o poder do Pai e que ninguém vence pela própria força. 

Ser mulher em nossa sociedade é viver numa eterna competitividade: se não por aparência, por produtividade ou inteligência. Em alguma coisa eu devo me sobrepujar. A alguns anos um escândalo envolvendo algumas atrizes “parou” a internet  e me deixou bem intrigada. Em meio a um turbilhão de acusações de adultério, com ou sem fundamento, uma dessas atrizes pedia por sororidade. Essa mesma mulher, um tempo antes, apreciava um belo café da tarde, ao pôr do sol, com várias de suas algozes. A mesma turma, no momento oportuno, bloqueou e expôs a situação de tal forma que só fizeram piorar. E, me desculpem a ironia, o tal “ninguém solta a mão de ninguém” ou o famoso “somos todos tal pessoa”, não foi nem de longe lembrado nesse conflito. 

E sabe por que estou citando esse acontecimento? Porque essa atriz não pode contar com sua roda de amigas do café. Tampouco com os movimentos que defendem as mulheres. Ela foi exposta e julgada sem quaisquer limites. 

Em certos momentos de nossas vidas iremos pedir por socorro, mas não seremos ouvidas. Iremos estar cercadas por pessoas, mas não acompanhadas. Mas, assim como na história de Ana, o apoio e sustento que precisamos é abundante da parte Daquele que nunca nos deixa.

Não acredito em conto de fadas, logo, as fotos e vídeos do instagram não me comovem tanto. Acredito sim que com uma palavra de apoio, um café e um bolo, eu consigo ser útil e dar sustento ao sonho de alguém. E creio ainda mais que a nossa força não vem de nós mesmas. Ana sabia tanto disso que, ao entregar seu sonho a serviço do reino, não pestanejou em orar sabendo que de sua própria força não teria realizado seu grande sonho. Quando saberemos que alguns de nossos sonhos são para servir, e não serem servidos? Ou quando daremos honra a quem deve ser dado honra?

As modinhas e as virtudes deste mundo passarão. Que nesse dia das mulheres a força, clareza e fé de Ana sejam sua inspiração para uma vida dedicada em servir e adorar ao único que nunca irá te abandonar.  

Thuanne Santos

Thuanne Santos

Olá! Meu nome é Thuanne, tenho 26 anos, sou casada e moro atualmente em Tupaciguara (mas de mudança para Uberlândia). Sou graduada em História mas apaixonada em Jornalismo, faculdade que estou cursando no momento. Espero que gostem bastante do texto que foi escrito com muito carinho para a Revista! Obrigada pela oportunidade!

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