A façanha de um dia-a-dia normal 

Minha mãe sempre fala sobre como é incrível a vida normal. Sobre como existe algo de espetacular em um dia regular, em uma família comum, em uma pessoa normal. E quando a gente para para observar a vida, é bem possível que a gente se dê conta de que essa vida sem acontecimentos espetaculares a todo instante é tão boa e tão difícil de conquistar.

Pense só como seria incrível um dia com céu azul e um pouco de nuvens, ter um bom trabalho, chegar em casa com um bom esposo, com filhos lindos e cheios de energia, ter um sofá gostoso para assistir TV com a família depois do jantar, comer arroz, feijão, legumes e uma mistura todos os dias, poder dormir em uma cama confortável, trocar algumas mensagens com a sua melhor amiga durante a semana e levar as crianças para visitar os avós aos finais de semana. E viver isso repetidamente, toda semana, todos os dias.

É simples, não tem grandes acontecimentos, não tem nada de tão extraordinário assim, é mais um dia simples e incrível, é normal. É bom.

Mas, essa vida normal, comum, sem nada de espetacular, é tão difícil de ser conquistada, é tão difícil de ser vivida que se a gente parar e observar a vida, vamos perceber o quão extraordinário, o quão heróico pode ser viver uma vida comum.

É sob essa perspectiva que eu gosto de viver, a visão de que é tão profundo viver uma vida normal, a forma de enxergar a simplicidade até na complexidade.

A forma que enxerga no cotidiano, no corriqueiro, no comum, no normal, grandezas que só a alma consegue ver. Uma forma de viver que adora o céu azul, mas que é grata pelos dias nublados e vê beleza nesses dias também. Que acha adorável e incrível uma família comum, um marido bom e filhos que tem seus próprios desafios, mas que são a sua cara, e ainda assim possuem alguns sonhos ousados. Que acha uma delícia receber uma mensagem da sua melhor amiga durante o dia, e curte cada momento dos almoços de domingo vividos com a família e os avós ao redor da mesa. O tipo de vida que é de verdade, que é real, que tem problemas e conquistas, que tem dias simples e outros banhados dos nossos maiores desejos, que são incríveis, mas não são essenciais.

É que se a gente falar a verdade para nós mesmas vamos entender que a vida que tanto queremos, que a vida que tanto buscamos, que os sonhos que desejamos realizar, no fim do dia, são mais parecidos com uma vida simples, comum e normal, do que com uma vida cotidianamente teatral.

E não se engane, é incrível como a vida normal pode ser uma delícia, e ao mesmo tempo, tão difícil de ser conquistada.

Aproveite os dias comuns, são eles que se tornarão inesquecíveis e te farão sentir saudades também.

Bruna Thalita

Bruna Thalita

Bruna Thalita tem 27 anos, e tem se descoberto uma mente multipotencial. É advogada, historiadora por formação, empreendedora desde muito nova e escritora por paixão e necessidade.

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