Museus ao redor do mundo sobre a Consciência Negra

A maior arma contra o preconceito e a ignorância é a informação. Com isso, é fundamental ter conhecimento que há museus que buscam trazer essas informações às pessoas a respeito de diversas áreas.
Os museus são lugares ricos para encontrar conhecimento e por eles podemos viajar por diversas histórias mais afundo. Viajar e conhecer realidades diferentes das que estamos acostumados é ter mais uma chance de tornar o mundo um pouco mais tolerante. Por isso, a Revista Revolution traz uma lista de alguns dos principais museus que falam sobre a história da consciência negra, pela luta e pela rica cultura do povo negro.

1- Apartheid Museum – Johannesburgo, África do Sul

A África do Sul possui uma história de adversidade e que com ela moldou como o país é hoje dando uma lição ao mundo que não pode ser esquecida e a partir dela pode-se aprender muito e buscar inspiração e conscientizar a todos.


O Museu do Apartheid, localizado na cidade de Joanesburgo, é um dos pontos turísticos mais visitados e não pode ficar fora do seu roteiro. É um local dedicado à memória do sistema de discriminação racial, marco da África do Sul de 1948 a 1994.


O Apartheid, um regime no qual a minoria branca sendo os únicos com direito a voto na época, detinham o poder tanto político quanto econômico do país. O museu conta a história desse regime e a transição do país para uma sociedade democrática e igualitária.


Chegando ao museu, as pessoas já são recebidas com uma representação de como era a vida em uma sociedade com segregação racial. Ao comprar o ingresso, o papel que permite a entrada ao local tem uma mensagem escrita “entrada para brancos” ou “entrada para não brancos”. Esse ingresso é o que define qual entrada você deve tomar para entrar no museu. Essa divisão baseada apenas na cor da pele choca os visitantes, mas é essa a intenção, mostrar quão discriminatório foi esse regime de segregação racial.

2- International Slavery Museum – Liverpool, Inglaterra


Liverpool foi a porta de entrada de escravos da África para a Europa e o museu da escravidão conta essa parte triste da cidade. Foi fundado em 23 de agosto de 2007, mesma data do Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e também no mesmo ano que foi comemorado o 200º aniversário da abolição da escravidão na Grã-Bretanha.


É localizado perto das docas de onde os navios eram preparados para o comércio dos escravos no século 18, junto ao museu marítimo, Merseyside Maritime Museum, no último andar.


O museu recebe os visitantes com objetos, artesanato e instrumentos de vários países da África, com o intuito de mostrar que, antes da escravidão, o continente possuía diversas tradições artísticas e religiosas de longa data. Em seguida os turistas seguem para outras salas que abordam o comércio de negros, as ideologias racistas e o desconhecimento dos europeus em relação às culturas africanas. A visita no local acaba em uma área dedicada a pessoas importantes da luta pelos direitos humanos, como Martin Luther King Jr

3- Museu Afro Brasil – São Paulo, SP

Um museu dentro do Parque do Ibirapuera, sendo uma instituição pública, subordinada à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e administrado pela Associação Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura.

Possui um acervo com mais de 6 mil obras que abordam os temas como escravidão, religião, o trabalho, a arte, entre outros temas que registraram a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.

É um museu muito importante no país, pois cobre a história do Brasil em uma perspectiva profunda e importante da positividade da presença negra e afro-brasileira na história e cultura nacional. Mostra como a cultura desse continente se mesclou com a do Brasil para criação das festividades, costumes e culinária.

4- National Civil Rights Museum – Memphis, Estados Unidos

Museu construído dentro do hotel onde Martin Luther King Jr foi assassinado. Lugar onde você consegue ver tudo, desde seu quarto, onde estava hospedado, até a janela do imóvel de onde o atirador estava posicionado do outro lado da rua. De fora, é difícil notar que ali há um museu, pois a fachada do hotel foi preservada. Esse antigo hotel tinha como dono um negro e onde negros costumavam se hospedar.

O museu mostra a história da luta pelos cidadãos negros pela igualdade dos direitos civis. Um dos eventos mais marcantes da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos foi a morte de Martin Luther King Jr em 4 de abril de 1968. O ativista político foi assassinado em frente ao Lorraine Motel, em Memphis, que depois se transformou no Museu Nacional dos Direitos Civis.

Ele é bem completo contando sobre as lutas raciais e de direitos civis americanos. O espaço contém objetos, filmes, gravações e mídias interativas para mostrar aos visitantes os cinco séculos da história da luta dos negros no país. No início da exposição, já pode-se perceber os primeiros sinais de resistência durante o período da escravidão, contando sobre a Guerra Civil dos Estados Unidos e terminando com os últimos acontecimentos do século 20, o que deu inspiração às pessoas do mundo inteiro a lutarem por igualdade racial.

5- National Museum of African American History and Culture – Washington D.C.,Estados Unidos

O museu de quatro andares foi inaugurado no ano de 2016, em Washigton D.C., nos Estados Unidos. Único museu do país exclusivamente dedicado à documentação da história e cultura afro-americana.

O espaço de mais de 37 mil metros quadrados fica no National Mall, área que concentra os mais importantes museus e monumentos do país. O lugar contem cerca de 3500 artefatos da experiência afro-americana, abrangendo as artes, a escravidão, o Movimento dos Direitos Civis, entre outros.

O acervo representa os últimos 400 anos em que os negros estão vivendo na América até hoje, da escravidão aos direitos civis, abordando o assassinato de Martin Luther King Jr, os dois mandatos de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos, os Panteras Negras e terminando com o movimento “Black Lives Matter” dos dias de hoje. Após a onda de protestos pela morte de George Floyd, o museu também criou uma ferramenta online para fomentar a discussão sobre racismo.

Thais de Bem

Thais de Bem

Thaís de Bem - Internacionalista e Co-founder Agência UNBOX

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