Há uma mulher, chamada Fatima, hoje com quase 50 anos, que embarcou em uma jornada de descoberta e reinvenção desde muito nova. Casou-se bem cedo, aos 19 anos, um passo que muitas poderiam considerar precoce, mas que para ela foi o início de uma aventura cheia de amor, aprendizado e crescimento. Logo veio o nascimento de sua primeira filha Bruna e em meio a muitas dificuldades, Fátima encontrou uma nova fonte de inspiração e motivação para buscar seus sonhos.
Determinada a continuar seus estudos, passou no vestibular para o curso de Design de Interiores na Ufu e mergulhou nesse novo desafio. Com perseverança e dedicação, tornou-se uma decoradora, e com seu trabalho tornava espaços comuns em lares acolhedores e aconchegantes. Com seu conhecimento sobre a harmonia entre as formas, as cores, as luzes e as sombras, transformava os interiores dos ambientes. Contudo, sua jornada estava longe de terminar.
Após muitos anos, já bem depois da chegada do seu segundo filho, João Lucas, sentiu um chamado interior para explorar novos horizontes acadêmicos. Movida pela curiosidade e pelo desejo de compreender melhor as pessoas e suas complexidades, Fátima decidiu ingressar em um novo curso, agora de Psicologia. Essa nova fase de sua vida trouxe consigo desafios e descobertas emocionantes, permitindo-lhe mergulhar mais profundamente na mente humana e em suas nuances.
Com sua bagagem de conhecimento em design de interiores e agora em psicologia, Fátima encontrou uma maneira única de unir suas habilidades.
Ela agora não decorava mais os espaços físicos, mas os “interiores” das pessoas, dando lugar à dor do outro com verdadeira consideração, ouvindo suas angústias, seus medos e suas inseguranças, com respeito, se eximindo de julgamentos, por entender que somos todos falhos e imperfeitos em busca da nossa melhor versão.
Nessa jornada de acolher sentimentos e emoções e de aprofundar na compreensão da subjetividade de cada ser, seguia ajudando aqueles que a procuravam a harmonizarem suas luzes e suas sombras, a lidarem com seus rótulos e com seus desafios nos relacionamentos.
Assim, Fátima se tornou mais do que uma “decoradora de interiores”, ela se tornou uma facilitadora do crescimento pessoal, atravessando caminhos escuros de “mãos dadas”, ajudando a iluminar e a aplainar o caminho por vezes repleto de pedras e de tropeços.
Sua jornada desde o casamento precoce até se tornar uma profissional realizada é um testemunho do poder da determinação, da paixão e da busca incessante pelo autodesenvolvimento, olhando para dentro de si, procurando lapidar suas debilidades e explorando suas potencialidades.
Essa é uma pequena parte da minha vida.
É assim que eu gosto de ver e de contá-la.
A história de uma vida simples.
Uma mulher extraordinária não necessariamente precisa mudar o mundo inteiro, mas ela pode tocar o mundo de alguém e fazer a diferença.
Uma mulher extraordinária gera vida em meio às dificuldades e ânimo quando o desânimo bate.
Uma mulher extraordinária traz harmonia onde habita o caos.
Uma mulher extraordinária pode ser uma mãe que ensina e educa uma criança que se tornará um adulto honesto e justo no meio de uma geração alucinada.
Uma mulher extraordinária pode ter uma vida simples e tocar a vida de muitos.
Pode ser uma dona de casa cuidadosa ou uma empresária de renome.
Só não pode ser alguém que deixe de olhar para si e de reconhecer o seu valor, onde quer que esteja.
Se você observar carinhosamente para sua vida, também vai encontrar em muitos momentos, uma mulher extraordinária.
Seja ousada e conte sua história.
Se coloque como protagonista e não apenas como coadjuvante e observadora de fatos e acontecimentos ao seu redor.
Sua vida pode simplesmente ser extraordinária!
É só você olhar direitinho!
Um lindo e abençoado mês das mulheres para todas vocês!
Com carinho,
Fátima Aquino
Psicóloga Clínica
