A pandemia do Covid-19 teve o início marcado no começo do ano de 2020, e aqui estamos, em 2022, e continuamos lidando com ela.
Para os pacientes contaminados que evoluíram para graves estágios da doença, a evolução pode ter sido acompanhada de sintomas ruins e carências pela infecção à longo prazo. Entre os sintomas mais comuns, que a maioria já está ciente, está a perda do olfato e do paladar, mas, o que muitos não sabem, é que também houve relatos de casos de redução na concentração, falhas de memória, sensação de fadiga e dispneia.
Dessa forma, um adendo preocupante, e que pode ser despercebido em muitos casos nesses pacientes, é a desnutrição. Estudos comprovaram que, principalmente os pacientes que foram internados em UTIs, correspondiam ao risco nutricional e foi relatada uma grande prevalência de desnutrição. Vamos lembrar que muitas pessoas obesas, mesmo consumindo alimentos em excesso, podem estar desnutridas. Portanto, a desnutrição é um desequilíbrio entre o consumo e a capacidade do organismo de operar corretamente com os nutrientes essenciais.
Um estudo em particular teve o foco em analisar a evolução do estado de saúde dos pacientes que obtiveram comprometimento de perda de peso ou força muscular. Os pesquisadores avaliaram 549 pacientes diagnosticados com COVID-19 e que foram internados em um hospital da França. Foram avaliados o estado nutricional, os sintomas persistentes, a evolução da força muscular e a limitação da atividade diária estimada por uma pontuação da Organização Mundial de Saúde.
Do total dos 549 pacientes, 130 foram a óbito durante o período de internação e 288 receberam alta no 30° dia. Dentre os que sobreviveram, 136 apresentavam quadro de desnutrição persistente e redução da força muscular. Eles foram orientados quanto à dieta e suplementação nutricional, prática de atividade física adaptada ou fisioterapia, e alguns, internados em centros de pós-atendimento. Depois de 6 meses após a alta, dos 136 pacientes, 36% ainda estavam desnutridos e 14,3% apresentaram perda significativa da força muscular.
Relatou-se que pacientes obesos possuíam maiores frequências na UTI e maiores deficiências. Dentre os pacientes que apresentaram sintomas persistentes pós-covid, 10% apresentavam comorbidades psiquiátricas, 4,2% tiveram sintomas neurológicos e 7,6% apresentavam sintomas pneumológicos prolongados.
A partir desses dados, os pesquisadores concluíram que tanto a obesidade, quanto a permanência nas UTIs pioram os riscos de desnutrição e da perda de força muscular. Assim, se fazendo necessário levar em consideração esses fatores em diagnósticos e conscientização, devendo também suprir as necessidades nutricionais de forma adequada para evitar os sintomas relatados no covid a longo prazo.