Compulsão alimentar e ‘fazer dieta’

Estudo revela que fazer dieta sem supervisão nutricional traz maior risco para compulsão alimentar

Uma pesquisa realizada na Faculdade de Medicina (FMUSP) com estudantes procurou compreender o comportamento alimentar e os desejos intensos por comida e transtornos alimentares nos alunos que faziam dietas sem acompanhamento profissional. O estudo, realizado pelo psiquiatra Táki Athanássios Cordás, foi feito através de um questionário respondido de forma on-line anonimamente por mais de 800 universitários.

Os resultados demonstraram uma relação enorme entre a prática de dietas não supervisionada e maior ocorrência de comportamentos de risco para transtornos alimentares. Dentre os universitários, 25% disseram que haviam praticado a dieta low carb nos últimos três meses e 7,5% alegaram apresentar práticas compensatórias, como o uso de laxantes e o vômito induzido. Nenhum deles foi acompanhado por um profissional. Mais de 50% desses aderidos à dieta low carb responderam sentir culpa após comer carboidratos e grande preocupação com peso e forma corporal, sendo que esse grupo demonstrou maior consumo de alimentos como chocolate e menor ingestão de arroz e pão francês, em comparação ao o grupo que não seguiu a dieta.

Foram encontrados, também, altos níveis de desejo intenso por comida nos praticantes da low carb e do jejum intermitente. Como o contexto das dietas se trata de restrição no consumo de alimentos específicos, surgem pensamentos de autocontrole, o que leva a restrição cognitiva, a qual recruta uma série de componentes neurais, voltados a um alimento que não pode ser ingerido.

Na pesquisa, foi possível demonstrar que o conflito entre ‘desejar a comida’ e a restrição cognitiva, ampara a ocorrência de compulsões alimentares. Este fato se deve ao não acompanhamento por um profissional.

É necessária uma maior abrangência acerca desse assunto entre os jovens, reconhecendo que tais praticas trazem malefícios e sofrimento. Os dados sobre Depressão nessa idade são mais conhecidos, mas é preciso também atenção aos casos de comportamento alimentar inadequado, pois muitos nem sabem que precisam de ajuda profissional.

Luisa Chioato

Luisa Chioato

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