Bastidores de uma vida (im)perfeita

Quantas vezes já olhamos para vidas supostamente perfeitas nas redes sociais e acabamos por cair na armadilha de nos comparar?

A verdade é que não é nada incomum nos colocarmos em posição de menos favorecidas quando nos comparamos com aquelas pessoas que vemos no virtual, esquecendo-nos inclusive de que outras mulheres que nos veem de fora podem estar se comparando conosco neste exato momento. O ciclo de “a grama do vizinho é mais verde que a minha” nunca foi tão infindável.

Afinal, a culpa por essa comparação é de quem expõe apenas seu palco, ou de quem não compreende que nunca se deve comparar o próprio bastidor com o palco do outro? Existe uma resposta correta? A responsabilidade é dividida?

Esperar que o outro demonstre suas fraquezas, vulnerabilidades e pensamentos de dúvida é pedir muito de alguém que pode estar tentando lidar com suas questões da forma como pode. Não sejamos tão exigentes com essas pessoas. Por outro lado, não podemos ser tão ingênuas também, uma vez que existe gente criando vidas fakes para vender uma ideia de realidade que nunca existiu.

Entre o que você não pode controlar e o que você consegue, opte por se blindar de maneira a não cair na tentação de se comparar. Porque acredite, você sempre sairá em desvantagem enquanto comparar o que você passa (e que muitas vezes só você sabe), com o que a outra escolheu propositalmente mostrar sobre a vida dela.

Essa blindagem pode acontecer de diversas formas, a principal delas é parando para ouvir os seus pensamentos e os sentimentos que são desencadeados quando, nas redes sociais, você é espectadora de vidas aparentemente mais interessantes que a sua, especialmente das “blogueiras” e influencers. Leandro Karnal diz que “as redes sociais são um estimulador de sentimentos negativos de comparação”.

Já parou para pensar que muitas vezes vidas que parecem “mais interessantes” podem ser, na verdade, apenas mais editadas? Então ao se sentir desmotivada ao invés de impulsionada, ao notar que você está tendo pensamentos de comparação e de autodepreciação ao invés de se sentir inspirada, seja radical, silencie o perfil, pare de acompanhar, pare de seguir ou até mesmo bloqueie quando até sem seguir você se sente tentada a ir lá no “ig” da criatura para dar uma “stalkeadinha”.

Não se preocupe com o que vão pensar. Mais importante do que alguém pode achar de você e de suas atitudes, é o que você pensa sobre si mesma. Estimule pensamentos de amor, de cuidado e de aceitação por você o tempo todo, e quando não for possível, observe os gatilhos, aprenda a se conhecer e a saber o que desencadeia pensamentos injustos sobre quem você é.

Lembre-se sempre: você não é o que está passando agora, você não é o que seu perfil nas redes sociais diz sobre você. Você é o que Deus diz sobre você: amada, criativa e capaz, mesmo que suas vozes internas muitas vezes digam o contrário.

Tenho novidades: a vida das blogueiras não é perfeita. Elas têm seus próprios desafios diariamente, mesmo que não estejam mostrando isso. No fim, estamos todas no mesmo barco, buscando mediante tentativa e erro, encontrar as doses ideais do que nos faz bem e do que devemos evitar. E quando você achar o que te faz bem, invista. Quando ficar claro o que você deve evitar, não titubeie, sua saúde mental é primordial e inegociável. E se alguém não entender, tudo bem, faça por você.

Bruna Ohanna

Bruna Ohanna

Bruna Ohanna, 27 anos - influenciadora digital, ex-comissária de voo, mentora, empreendedora, professora e marketeira digital

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