A grande sacada de Natal da Coca-Cola e o Papai Noel como a gente conhece

Dizem as boas línguas que tudo é marketing e é inegável como o marketing de fato possui influência sobre diversas questões, inclusive no que diz respeito a negócios e economia ele se torna indispensável. Tanto é que é quase impossível falarmos sobre a história do Natal sem pensarmos em uma das marcas mais importantes para a consagração do bom velhinho e para o fortalecimento dessa data como de fato é comemorada.

A intenção desse texto não é te contar sobre a história do Natal, mas sim sobre como uma marca utilizou de algo para fortalecer a sua imagem e acabou influenciando em toda a forma de celebrar uma data, mudando inclusive a imagem que se tem sobre o Papai Noel.

Bom, para já quebrarmos o mito sobre a influência da Coca-Cola na cor da roupa vestida pelo Papai Noel, é importante dizer que a empresa não foi a primeira a usar a cor vermelha na roupa do bom velhinho, mas certamente foi a responsável por consagrá-lo dessa forma, ao menos na mentalidade de grande parte do mundo.

Vemos que em 1930 uma grande parte do mundo já esperava que os presentes de fim de ano fossem entregues pelo Papai Noel, nessa data a Coca-Cola não havia feito nenhuma publicidade na qual ele aparecesse ainda. Ou seja, o que para muitos tem a ver somente com o capitalismo era, na verdade, uma tradição que já acontecia em diversas partes do mundo. É possível encontrarmos imagens dos anos 1860 onde Noel já aparecia com presentes. Sabemos que sua imagem era famosa desde a Idade Média.

A lenda do Papai Noel vem do século IV d.C., ou seja, nem a Coca nem o capitalismo existiam ainda. A história de Noel começa com um bispo cristão que jogava sacos de moedas de ouro pela chaminé das casas de pessoas necessitadas para ajudar no sustento das famílias.

Esse bispo era chamado de Nicolau, um homem que nasceu na Turquia, em família cristã e que desejava se entregar totalmente ao serviço de Deus, ele perdeu os pais muito novo e herdou muito dinheiro, mas distribuía esse dinheiro entre as pessoas que tinham necessidade, já que ele mesmo nao sentia essa necessidade de riquezas.

Devido aos trajes episcopais que usava a imagem dele refletiu na forma que vemos o Papai Noel hoje.

Além dos Estados Unidos, os católicos e os holandeses influenciaram muito na construção da lenda do Papai Noel.

Além de São Nicolau, há outra lenda conhecida como Velho Inverno a qual conta sobre um velhinho que durante o inverno batia de casa em casa pedindo comida, e acreditava-se que quem o ajudasse garantia um bom inverno para si e sua família.

Bom, mas, aqui queremos entender a relação da Coca-Cola com a construção da imagem do bom velhinho.

No século XX, muito depois da lenda do Noel já existir, a Coca-Cola começou a fazer anúncios para o Natal e com isso começou a utilizar a imagem do Papai Noel nas suas publicidades, mas, quem aparecia era uma imagem desenhada por Thomas Nast no século XIX, e não era uma imagem muito bonita, para Archie Lee, diretor de criatividade e propaganda, o desenho mais parecia um gnomo debilitado. Por isso, ele contratou o artista Haddon Sundblom para que fizesse uma imagem melhor, mais real e de um Papai Noel mais saudável.

Após as artes feitas por Sundblom, a imagem do bom velhinho nunca mais foi a mesma, agora ele era um bom velhinho, com rosto acolhedor, feliz, saudável e sempre tomando uma Coca-Cola. As artes ficaram tão boas que foram expostas em museus, até mesmo no Louvre. Além disso, é importante dizer que não apenas a Coca-Cola utilizou essa imagem de Noel, mas todos os outros Papais Noéis tinham uma aparência semelhante a da Coca-Cola.

As primeiras imagens do Papai Noel eram de um homem magro, algumas até pareciam um duende.

O que quero te ajudar a entender aqui é como uma empresa bem posicionada, com objetivo claro e um trabalho bem feito pode influenciar não apenas na forma como as pessoas veem a empresa, mas em tudo ao seu redor e deixar um legado para gerações e diferentes culturas.

O Papai Noel como vemos hoje é, de fato, uma criação influenciada pela Coca-Cola. Como uma empresa, é claro que um dos objetivos era fazer mais dinheiro, mas, a questão capitalista aparece depois do Natal e depois da conexão que a marca cria com seus clientes, sendo capaz de mudar toda a representação de um personagem.

Dessa forma, quero te levar a refletir sobre o legado do seu negócio. Talvez, não queremos impactar o mundo todo, talvez não queiramos mudar a representação de um personagem ou de algo, mas ainda assim, quando olhamos para os nossos negócios, o que queremos criar?

Ainda mais, qual tipo de conexão e de relacionamento criamos com nossos clientes. A Coca-Cola é mestre em nos emocionar, principalmente no Natal quando nos faz relacionar os momentos em família, os reencontros, o amor, a sua marca. E então continuamos consumindo e trazendo a Coca-Cola para dentro de casa em todos os momentos que nos lembramos de reunir aqueles que amamos.

E a sua empresa, qual sentimento está gerando nos seus clientes e nas pessoas que te observam? A sua marca é a primeira que lhes vem à mente quando pensam em algo relacionado ao seu negócio?

Para o próximo ano eu desejo que a gente mantenha a magia do Natal por todos os dias e que nossos clientes tenham memórias agradáveis com nossa marca e sempre se lembrem de nós.

Feliz Natal!

Bruna Thalita

Bruna Thalita

Bruna Thalita tem 27 anos, e tem se descoberto uma mente multipotencial. É advogada, historiadora por formação, empreendedora desde muito nova e escritora por paixão e necessidade.

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