Sabemos que a autoestima é aquele sentimento de valoração pessoal e de confiança que uma pessoa tem de si mesma e que é tão necessária para nos tornarmos pessoas bem sucedidas.
A formação dessa autoestima nas crianças é influenciada em boa parte pela maneira com que os pais se relacionam com ela e pela dinâmica da convivência familiar. A herança afetiva que trazemos da infância interfere diretamente na confiança e na valoração que damos a nós mesmos e portanto, na forma como enfrentamos os desafios em qualquer etapa da vida.
Vale lembrar que muito antes de compreender as palavras, uma criança percebe e sente o amor de seus pais, ou de quem cuida dela, pelo modo com que é colocada no colo, pela expressão facial de quem cuida, pelo tom de voz e pelo seu estado emocional.
As primeiras impressões que uma criança terá a respeito de si mesma vem da qualidade das mensagens não verbais que ela recebe. Sua linguagem vai sendo ampliada à medida que ela vai crescendo e se desenvolvendo e ela começa então a compreender as palavras. Desse modo, a criança começa a se descobrir como pessoa e dependendo das mensagens que recebeu, ela se torna uma pessoa forte ou uma pessoa insegura.
É fundamental que ela passe por vivências positivas na família e que seja bem acolhida, amada e respeitada nesse primeiro grupo social, pois as suas primeiras impressões a respeito de si mesmas vêm da qualidade dessas vivências. Por ser o primeiro retorno que a criança recebe de suas qualidades, características, ações e comportamentos, a família é quem determina em grande medida a visão que ela internaliza de si mesma, que pode ser positiva ou negativa.
Quando uma criança é desvalorizada, maltratada, ignorada, ridicularizada pelos pais ela não deixa de amar esses pais, ela deixa de se amar.
Uma criança precisa de experiências de vida que lhe provem que ela tem valor e que é digna de ser amada para que possa se sentir dessa forma. Não basta dizer à criança que ela é especial e querida, a experiência é que importa, ela fala mais alto que as palavras.
Desse modo, nossa autoestima vai sendo construída ao longo da infância com base em vários aspectos, entre eles está também o veredicto que recebemos dos outros e é nesse último ponto em que a família novamente assume uma importância central.
Portanto, é fundamental que os pais sejam pessoas que saibam dar carinho, tratar a criança com consideração e respeito para nutrir nela uma boa imagem de si mesma, a encorajando para conviver em qualquer ambiente social se sentindo segura e autoconfiante.
Entre algumas práticas saudáveis na formação de uma autoestima ajustada na vida das crianças estão, evitar as comparações com outras crianças, já que cada pessoa é única e possui dificuldades e habilidades únicas, ensinar que a aparência não é o aspecto mais importante de uma pessoa, mostrar os benefícios de um bom comportamento transmitindo confiança em relação ao que se pode conquistar, estimulando a criança a realizar alguma atividade e não limitando a sua confiança. É muito importante deixar a criança tentar e falhar se for necessário, evitando a superproteção e por fim, valorizar a opinião e deixar a criança participar de pequenas decisões.
Estes são alguns exemplos de como ações pequenas e cotidianas podem ter consequências positivas na formação da autoestima da criança.
Espero ter ajudado!
Com carinho, Fátima Aquino
Psicóloga Clinica
CRP 04/45482