Mulheres na história

Pensarmos sobre “mulheres na história” nos ajuda a pensar em nós por outros pontos de vista e de outras formas. Mas, antes, é interessante falarmos que um dos objetivos da história é o estudo da ação dos seres humanos no tempo, ou seja, observar e aprender a ação dos homens e das mulheres durante os anos, compreendendo as motivações, os anseios, os comportamentos, etc. Porém, quando observamos a história das mulheres no tempo, percebemos que este assunto sempre foi ponto secundário ou inexistente, ocupando um lugar subalterno em relação à história dos homens ou ainda a qualquer outra história.

O motivo disso é a dominação masculina que foi instituída desde os primórdios, principalmente nas sociedades ocidentais. Interessante dizer que eram os homens que estavam à frente da política e das ações militares, bem como eram os historiadores do sexo masculino que escreviam a história, ou seja, eram homens falando sobre homens e homens falando sobre mulheres, e qualquer outro tema, logo, era a voz deles que estava ecoando, levando as mulheres para uma situação subalterna nos domínios públicos. Enfim, a história aqui é longa e podemos nos prolongar aqui em outro momento.

Assim, percebe-se que o capitalismo foi um ponto importante para a desintegração do patriarcado, mas como podemos ver, não para o fim do machismo. Mas, por que o capitalismo foi tão importante assim? Sendo muitíssimo breve na explicação, percebemos que a ascensão do capitalismo traz a necessidade de mais mão-de-obra e de mais recursos para a manutenção das famílias, logo, só os homens saírem para trabalhar já não era mais suficiente, e é preciso tirar as mulheres “apenas” dos afazeres domésticos para então participarem, mesmo que minimamente, da vida econômica.

Ponto é que, na construção de uma “história das mulheres”, muitas mulheres foram importantes para trazer outras mulheres à visibilidade, para conquistarem mais espaços e isso é fundamental para termos mais voz e mais força.

Assim, é impossível falarmos sobre a história das mulheres sem citar alguns nomes, de mulheres que se posicionaram e enfrentaram todos os padrões, limites e impossibilidades do seu tempo e tiveram conquistas tão fundamentais para nós até os dias de hoje.

Vamos conhecer algumas delas, rapidamente. Anne Frank, é quase impossível falarmos a respeito da Segunda Guerra mundial sem pensar nela, a judia que foi uma das vitimas do nazismo e escreveu um diário aos 13 anos, e se você não leu o  “Diário de Anne Frank”, já deixo uma dica valiosa. Angela Davis um dos maiores nomes na militância negra norte-americana ficou conhecida por participar do coletivo Panteras Negras. Malala Yousafzai é uma paquistanesa que tem ganhado destaque na luta pelos direitos das crianças, principalmente de crianças do sexo feminino, chegou a sofrer um atentado por causa de sua luta e quando se recuperou fundou a Malala Fund que é uma fundação que arrecada recursos para educar meninas em todo o mundo, ela ainda ganhou o Nobel da Paz aos 17 anos. Marie Curie foi a primeira mulher a ganhar o Nobel de Física e depois o Nobel de Química, descobriu dois elementos da tabela periódica e contribuiu para avanços na medicina, como com a criação do raio-x. Maria da Penha que é brasileira e um dos maiores nomes na luta contra a violência contra a mulher e o feminicídio, tendo inclusive, uma lei com o seu nome sancionada no Brasil em 2006. Frida Kahlo, uma pintora mexicana que se torno um ícone feminino na história da arte, ela teve uma postura muito forte contra o patriarcado e impunha suas idéias firmemente, se tornando uma figura marcante, ela pintava autorretratos e cenas surrealistas. Simone de Beauvoir, que foi uma intelectual e escritora francesa muito importante no século XX, tendo impacto na sociologia e filosofia e na forma de pensar o que é ser mulher. E, até mesmo a recente 1ª dama dos EUA, Michele Obama, que construiu uma imagem muito forte e diferente da imagem marcada pelas primeiras damas de forma geral, tendo uma participação muito relevante e presente na presidência de Obama.

Poderíamos citar uma lista infinita de mulheres, mas, aproveitaremos outras oportunidades. Todas as personalidades apresentadas aqui são mulheres que se destacam pela sua força, sua luta, sua voz, sua coragem e pela diferença que fizeram e ainda fazem na vida de tantas outras mulheres, quebrando crenças impostas pela sociedade e nos dizendo que nós podemos muito mais! Cada uma dessas mulheres possuem pontos de vista e uma construção histórica muito particular, não desejamos endossar nenhuma prática especifica, apenas trazer um pouco do que elas fizeram e da relevância que tiveram diante da história.

Quando você olha para a história, o que sente sobre a nossa construção?

Apenas para refletirmos…

Bruna Thalita

Bruna Thalita

Bruna Thalita tem 27 anos, e tem se descoberto uma mente multipotencial. É advogada, historiadora por formação, empreendedora desde muito nova e escritora por paixão e necessidade.

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