Essa época de início de ano remete a férias, invariavelmente. Fica claro que o ambiente geral é propício para pensar em viagens, sombra e água fresca. Claro que nem sempre é a realidade da maioria, eu mesma, nesse momento, estou acelerando meus negócios e focando na vida profissional. Por outro lado, algumas influencers optam por viajar no melhor estilo “permuta”.
Permuta, nesse caso, nada mais é do que uma troca entre a influenciadora e a empresa, onde a empresa oferece seus benefícios sem custo para a criadora de conteúdo, que por sua vez cria conteúdo e posta em suas redes sociais, divulgando a empresa em questão.
No caso das viagens, a permuta com influencers é mais comum entre hotéis, resorts e agências de viagens. Acaba sendo bom para quem disponibiliza a hospedagem/viagem e bom para quem vai usufruir (influencer). De fato, configura uma relação “ganha/ganha”.
A questão aqui é: até onde a influenciadora consegue desfrutar desses momentos sem pensar quase que o tempo todo em criar conteúdo? E por outro lado, se essa parceria não render frutos suficientes, até que ponto valeu a pena para a empresa?
Uma das formas de metrificar o retorno é através dos links e/ou cupons de desconto parametrizados, que possibilitam a empresa identificar os clientes que vieram da indicação da influenciadora em questão. Outra forma seria pedindo os números de “views”, interações, engajamento e cliques através dos insights do Instagram.
Mas para a influencer, onde começa o trabalho e termina o lazer? Ou: quando começa o passeio e termina o trabalho? É uma linha tênue de difícil visualização. Por esse motivo, nesses casos o meu lema é: combinado não sai caro.
É aconselhável conversar previamente para pontuar aspectos importantes da parceria e até obter um briefing sobre expectativas e objetivos da empresa participante da permuta, para que haja um alinhamento, minimizando assim riscos de frustrações e quebra de expectativa de alguma das partes.
Quando a influenciadora tem clareza das informações pertinentes às suas atribuições, ela consegue se planejar de maneira prévia e dividir seu tempo de forma a separar períodos para o trabalho, que envolve toda a criação de conteúdo e divulgação (que leva tempo) e períodos de descanso pleno, desfrutando e curtindo também. O que inclusive torna o conteúdo mais real e menos engessado. Identificação e desejo convertem.
Nem tudo são flores, e por outro lado nem tudo são pedras. É possível curtir profundamente momentos proporcionados por permutas de viagens, mas é importante saber que não é só lazer, é trabalho também. Mesmo se divertindo, em alguns momentos será necessário adotar posturas profissionais, abrindo mão do que você gostaria de fazer naquela hora para se direcionar para o que precisa ser feito de fato.
Atuei 5 anos como comissária de voo e tive que aprender na prática a fazer esse balanço para encontrar equilíbrio nas viagens e na rotina. No fim das contas, voltamos àquela frase que muito bem se aplica nesses casos: combinado não sai caro.