Que realidades sejam ditas: o peso na balança não é nada comparado ao peso que nós mesmas nos colocamos para tentar passar uma mensagem do que gostaríamos de ser e onde gostaríamos de estar agora. A carga que levantamos na musculação é bem mais leve do que a carga que inserimos todos os dias nos nossos ombros para nos adequar a uma moldura que a gente nem sabe se gosta, mas que nos disseram que é a correta.
Nós passamos a vida toda ouvindo o que era esperado de nós, o que deveríamos ou não fazer, o que poderíamos ou não ser. Até quando? Já passou da hora de bancarmos o que nós gostamos de fazer, de mostrarmos que somos mais do que nossa profissão e que não existe profissão melhor ou pior, existe apenas o que faz sentido individualmente para cada uma.
Como influencer, não é incomum perceber que algumas pessoas não veem a influência digital como trabalho. Não imaginam o tempo que leva para idealizar, montar uma narrativa, desenvolver, trazer à realidade, gravar e editar uma “publi”, por exemplo. Se você acha que as influenciadoras “ganham” as coisas, está enganada. Não existe almoço grátis, nenhuma marca está dando nada “de graça”. Se ela investe em uma influenciadora, seja em caráter de permuta ou em publicidade paga, é porque ela sabe que aquilo dará um retorno muito maior do que o que está sendo investido naquela digital influencer em questão. A influenciadora “vende” o tempo e a visibilidade dela, e precisa sim ser remunerada por isso, ela não “ganha” nada, é um pagamento pelo seu trabalho.
Acontece que a questão da falta de valorização de profissões e trabalhos que não são considerados tradicionais é percebida em diversas outras áreas. Qual designer nunca ouviu a frase: “ah, você cobra tudo isso? Então deixa, tenho um sobrinho que vai fazer para mim”. Qual social media nunca ouviu: “isso tudo para cuidar das redes? Conheço alguém que faz mais barato.” Sem falar nos próprios parentes e amigos que se perguntam: “nossa, é tão inteligente, podia ter feito engenharia, direito, medicina”.
E nisso vemos jovens escolhendo carreiras se baseando unicamente em status, simplesmente para entregar um diploma para família, deixando seus verdadeiros talentos, dons e desejos de lado, se frustrando lá na frente. Temos testemunhado pessoas carregando o peso de ser quem elas não são simplesmente para agradar. Agradar a quem? Porque se tem alguém que vai conviver com você e com as consequências das suas escolhas, é você mesma.
E se você parar e avaliar, hoje temos influenciadoras, pessoas do marketing digital, designers e social medias, por exemplo, que estão sendo muito bem sucedidos em suas áreas, diferentemente de alguns que se viram escolhendo suas profissões se baseando em status e aparência social. Isso falando em remuneração, sem nem citar a autorrealização e o bem estar pessoal.
Ainda assim, influenciadoras são menosprezadas, não raramente ouço o termo “blogueirinha” como algo pejorativo. Oi? Já percebeu a revolução que as “blogueirinhas” têm feito no marketing? Influenciar é um dom, inclusive objeto de estudo da literatura.
Onde muitos desperdiçam seu tempo, as influenciadoras se fazem presentes estrategicamente sendo remuneradas e construindo seus nomes e suas respectivas carreiras. Quem se aventura a começar simplesmente por achar que vai ser algo “fácil”, cai do cavalo rapidamente. Essa construção leva anos de dedicação e paciência, assim como tudo o que vale a pena.
No fim, é preciso coragem para soltar o peso de ser alguém que você não é. Ousadia para não carregar mais o peso das expectativas que são colocadas sobre você desde antes de você nascer. Intensidade para bancar o que você quer ser e não o que te disseram que era correto. Vão existir olhares tortos e palavras atravessadas? Certamente. Mas entre o julgamento de quem está de fora e o reconhecimento de só quem sabe a sua verdade (você mesma), escolha a honestidade de acordar todos os dias optando não pelo que é mais fácil, mas pelo que faz sentido para você. Experimente, pode ser libertador.