Sonhos nascem em meio às dificuldades. Confira como o empreendedorismo de uma mãe solteira, mudou seu destino!
Olá, queridas leitoras, esta edição será diferente!
Hoje, trago uma história real de gente como a gente. Vou contar sobre uma vida de amor, superação, força, coragem e fé.
Aos 15 anos: Empreendedora sem saber.
Como muitas brasileiras, cresci em meio a muita dificuldade financeira, alienação parental e com uma mãe que passava a maior parte do tempo fora buscando o sustento da família. E, por isso, não sendo presente como gostaria.
Éramos três crianças que passavam o dia todo sozinhas. Rapidamente, eu me vi abraçando a responsabilidade de cuidar dos meus irmãos e da casa. E como, muitas de nós, amadureci antes do esperado.
Na época, morávamos em um condomínio com muitas famílias, onde o cenário era parecido na maioria das casas: mães trabalhando fora e crianças ficando sozinhas. Comecei a me oferecer para cuidar delas e me tornei babá. Ali, comecei a minha caminhada com o empreendedorismo, sem nem me dar conta. Assim, passei a ajudar financeiramente minha casa, o que era uma realização, uma verdadeira alegria em meu coração!
O começo da mudança…
Pouco depois de um ano, minha mãe decidiu começar um salão de beleza na sala da nossa casa. Com isso, ela tinha mais tempo perto dos filhos e possibilidades melhores de remuneração.
Eu comecei a aprender várias coisas com ela e a pegar gosto por toda dinâmica do trabalho do salão. Adolescente, eu amava pintar unhas, estar com outras mulheres e o melhor de tudo, estar perto da minha mãe, minha referência de força. Até então, eu ainda dividia meu tempo com os estudos e cuidar das crianças do condomínio.
A surpresa de um amor.
Aos 17 anos, engravidei!
Como vocês devem imaginar, eu senti medo. O que eu sabia sobre ser mãe? Como eu iria sustentar uma criança? Tudo que eu sabia era que aquele bebê precisava de mim.
Tirei forças de onde não tinha. E Miguel trouxe um amor que eu, até então, nunca tinha conhecido. Foi onde tudo mudou.
Já durante a gravidez, eu parei de ser babá. Trabalhava no salão com minha mãe e comecei a vender produtos estéticos, de porta em porta. Consegui terminar o ensino médio.
Mas, quando percebi, estava com três empregos, perdendo a formação do meu filho. Às vezes, chegava tão tarde que só o via dormir. Estava exausta.
O pulo do gato!
Alguns anos se passaram e minha mãe levou o salão da sala da nossa casa para um espaço fora. Enquanto isso, eu estava em três empregos. Em especial, em um deles eu era muito maltratada. E um dia, desesperada, falei sobre o que acontecia à minha mãe. Ela me aconselhou a pedir demissão e ficar no salão. Ouvi seu conselho. Passei a ficar mais tempo no salão e mais próxima do meu filho, acompanhando seu crescimento.
Eu ainda mantinha um emprego noturno, mas o salão foi crescendo e logo eu já não estava mais trabalhando a noite. Agora, eu ficava tempo integral no salão. E assim fiquei por 11 anos. Como foi bom ouvir o conselho de minha mãe!
Há 13 anos, a Podologia cruzou meu caminho.
Eu sempre amei os estudos ligados à saúde. Na escola, eu amava biologia. Como eu sou inquieta e sempre busco novos conhecimentos, vi, na época, que em Uberlândia havia chegado um curso de Podologia. Logo me inscrevi e comecei a estudar.
Alguns anos depois: Me formei! E abri, dentro do salão de minha mãe, um espaço para atender como podóloga. Era um espaço simples e pequeno. Afinal, é assim que a maioria de nós começou, não é mesmo? E quanto orgulho eu tenho por ter dado esse primeiro passo.
Tudo ficou um pouco mais confortável. Atendia minhasclientes e estava mais próxima do meu filho. Até que minha mãe, em sua própria jornada, decidiu abrir um outro espaço. E agora, não trabalharíamos juntas. Era hora de me movimentar.
Nasce um sonho.
Foi então que, em 2021, eu abri meu próprio espaço: a Clínica de Podologia Avançada. No começo eu sentia medo, ficava preocupada com a entrada de recursos, em como sustentaria minha casa e meu filho. E por isso, eu ainda oferecia serviços de estética, fora da podologia.
Aos poucos, fui me especializando mais e a podologia, ganhando mais espaço na Clínica. Até que me posicionei de forma definitiva. Agora, eu era podóloga. E apenas podóloga!
Pode parecer pequeno, mas para mim foi um grande passo de fé. Um passo que me trouxe independência e flexibilidade para estar com meu filho e minha família.
Um dia eu disse para Deus: Pai no lugar de medo, vou colocar fé. Hoje são mais de 1.450 pacientes únicos atendidos por ano! Além disso, sempre que posso contribuo como voluntária, como foi o caso do CREDESH onde passei um ano atendendo centenas de pessoas, de forma gratuita. Agradeço por poder contribuir e compartilhar o amor que vem de Deus para minha vida.
Quem sou eu?
Antes de ser podóloga (profissão que honro há 13 anos), sou filha do Deus Altíssimo, mãe, esposa, filha, dona de casa e empreendedora!
Relembrando minha trajetória, um dia me vem muito a memória: Quando Miguel tinha um mês de vida, eu tinha 18 anos. E estava na janela do quarto, olhando para o céu. Lembro de me sentir exausta emocionalmente, desesperada financeiramente… Naquele momento, falei com Deus. E Ele me respondeu: “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.” (Sl 30, v.5) e, em seguida, “O Senhor é meu pastor e nada me faltará.” (Sl 23, v.1). Aquilo renovou minhas forças e me ajudou a continuar.
Mulheres maravilhosas, como eu gostaria de contar mais detalhes, mas seria um livro!
O que deixo de mais importante aqui é: Nunca desista dos seus sonhos! Se o seu negócio ainda é pequeno, você está no lugar certo. São das pequenas coisas que saem as maiores.
E lembre-se, se os sonhos de Deus são grandes, então nós decidimos sonhar os d’Ele.
Com carinho,
Daiana Figueira
