A autoestima é o alicerce da relação que temos conosco. Ela influencia diretamente como percebemos o nosso valor, nossas habilidades e o nosso lugar no mundo.
Para nós mulheres, em particular, a autoestima muitas vezes é moldada por fatores internos e externos, como as experiências vividas na infância, a fala dos nossos pais a nosso respeito, a internalização das relações familiares, a projeção das expectativas sociais e os padrões de beleza.
Toda essa construção pode impactar profundamente as decisões tomadas ao longo da nossa vida, desde escolhas na carreira até relacionamentos e autocuidado.
Quando a nossa autoestima está fortalecida, nossas decisões tendem a refletir confiança e autenticidade. Mulheres que reconhecem seu valor conseguem dizer “sim” para o que as fortalece e “não” para o que as prejudica.
Por outro lado, uma baixa autoestima pode nos levar a escolhas que buscam validação externa, mesmo que isso signifique ignorar nossas próprias necessidades e desejos. Por exemplo, alguém com a autoestima fragilizada pode permanecer em um relacionamento tóxico ou aceitar condições desfavoráveis no trabalho ou nas amizades por medo de não merecer algo melhor ou por medo da rejeição e da solidão.
Com tudo isso, é possível que, sem perceber, se de início a um ciclo de autossabotagem. Isso acontece porque a percepção de não ser boa o suficiente pode nos impedir de tentar ou de investir em nós mesma. Nossos sonhos são adiados, oportunidades são recusadas e as escolhas acabam sendo guiadas mais pelo medo de falhar do que pelo desejo de crescer.
Esse ciclo pode ser invisível, mas tem um impacto enorme na nossa qualidade de vida e na nossa realização pessoal e certamente é um ciclo que está associado à baixa autoestima e a autossabotagem.
Outro aspecto importante que não podemos desconsiderar é a influência dos padrões de beleza e da pressão para nos encaixarmos em moldes irreais e inalcançáveis.
Muitas mulheres deixam de se arriscar, se expor ou se valorizar porque sentem que não correspondem ao que a sociedade espera delas fisicamente.
Essa desconexão entre o que realmente somos e o que acreditamos “dever ser” pode nos levar a decisões baseadas em inseguranças, medos e desistências ao invés de nos fazer enxergar nossas reais capacidades e potenciais, o que de fato poderia nos fazer ir além e alcançar toda nossa potencialidade.
Por isso o primeiro passo para fortalecer nossa autoestima para decisões mais conscientes e assertivas é o autoconhecimento. Se conhecer profundamente é fundamental.
O autoconhecimento nos ajuda na percepção real das nossas potencialidades e também das nossas fragilidades, de modo que nos permite focar no que temos de bom para que se torne ainda melhor e também naquilo que são nossas áreas frágeis e vulneráveis, para melhorar o que for possível.
Diante disso eu deixo aqui algumas perguntas para sua reflexão:
Quais são seus valores, suas habilidades e seus limites?
Quais são suas potencialidades e suas fragilidades?
Saber quem você é com certeza vai te ajudar a fazer escolhas que respeitam sua essência.
Não posso deixar de dizer ainda da importância de cuidar de suas crenças de insuficiência e de não merecimento. Muitas de nós, mulheres, carregamos crenças como “não sou boa o suficiente” ou “não mereço”. Identificar e desafiar esses pensamentos é fundamental para nos libertar deles.
Aprender a reconhecer nossas vitórias, mesmo as menores, cria um senso de valor interno e afasta a dependência da validação externa, estando sempre atenta e tomando cuidado com o “monstro da comparação” e lembrando de que a nossa jornada é única, ou seja, nos comparar com outras mulheres, com outras histórias e vivências só alimenta nossas inseguranças e fragiliza nossa autoestima.
E por fim, reconheça seu valor!
Ele não é medido pela aprovação dos outros, mas pelo respeito que você tem por si mesma. Ao fortalecer sua autoestima, você se torna a principal autora das suas escolhas e constrói uma trajetória mais consciente e feliz.
Quando uma mulher desenvolve uma autoestima saudável e ajustada, ela se liberta das amarras que a impedem de viver plenamente. Suas decisões deixam de ser pautadas pelo medo ou pela necessidade de agradar, e passam a ser guiadas por seus desejos, sonhos e pela sua autenticidade.
A autoestima, portanto, não é apenas uma questão de se sentir bem consigo mesma; é uma ferramenta poderosa para criar uma vida alinhada com quem você realmente é. Pense nisso.
Com carinho!
Fátima Aquino
Psicóloga Clínica