Em um domingo, após alguns anos à frente de um dos ministérios mais interessantes da
igreja, recebi a oportunidade de, em 15 minutos, pregar a palavra de Deus. Para quem lê esses
devocionais deve imaginar que eu já tinha o tema em mãos e a palavra na ponta da língua.
Mas, meu caro leitor, sou “cara de pau” em quase tudo na vida, porém subir no púlpito é o
limite.
Entendo que estando ali as minhas palavras e pensamentos podem ressoar em muitos
corações. A responsabilidade é tanta que qualquer coisa, até mesmo paráfrases, precisam ser
cuidadosamente estudadas. E foi isso que fiz: estudei. E o que recebi? Nenhum tema.
Só então, depois de esgotar todas as possibilidades humanas de Thuanne, ajoelhei e orei.
“Senhor, eu não sei orar, mas tu sabes meus pensamentos, conheces meu andar e reconheces
meu respirar a milhas de distância.
Pai, não é sabido esconder-me de ti quando fostes tu que criaste a mim. Entenderia eu o teu
querer? E como o poderia, quando tu és a mente infinitamente maior que o infinito. Por onde
andaria, se não pelas veredas dos teus passos? Onde meu coração habitaria se não, em tuas
mãos? Sequer tenho eu vida , senão em ti. Engano severo aquele que pensa ter o controle e a
direção.
Pai, eu não sei orar. Me achei em ti, compreendendo o quão digna sou de condenação, mas tu
também o sabes. E se tu sabes, não há quem possa usar isso contra mim. Por que tão bom
quando tua criação, não?
Em qual momento, saberei eu devolver-lhe tamanha compaixão? Se, ao menos, eu soubesse
orar, minhas palavras poderiam ser a voz a soar em teus ouvidos. Meu coração seria o
testemunho vivo do que sinto. Mas, eu não sei orar.”
Hoje essas palavras ainda ressoam em mim. Na minha fraqueza, de não saber orar, o Senhor
se fez forte. O Senhor se fez palavra. Naquela hora, todos os 15 minutos estavam
preenchidos. Eu ainda não sei as palavras certas nem as mais bonitas para dizer a Deus, mas
Ele sabe. Conhece minhas falhas e nelas se faz perfeito.