Ele chegou!
O Natal, época de comemorações, quase sempre dias repletos de emoções mais intensas, de demonstrações de afeto, de confraternizações e compartilhamentos. Para uns, pode ser um tempo de um certo isolamento e maior solidão, há pessoas que passam de uma forma diferente por essa época, com nostalgia, tristeza, frustração, estresse, e até dor.
Porem é difícil até para aqueles que demonstram desinteresse com a época, ignorar esse clima natalino. Nos deparamos com a cidade enfeitada, panetones para todo lado, enorme ofertas de itens natalinos e uma obrigatoriedade de estar feliz.
O Natal não necessariamente é uma época de felicidade para todo mundo. Cada um vai ter emoções e sensações diferentes, dependendo dos acontecimentos que tenham ocorrido em sua vida, e também de como foram as suas experiências, principalmente durante a infância.
Muito além de como nos percebemos, pode ser que estas datas sejam o momento do ano em que mais experimentamos emoções intensas, e estas estão diretamente relacionadas com as experiências que vivemos.
É interessante como em cada época de nossas vidas vivênciamos o Natal de uma forma única. As crianças ficam a espera do bom velhinho com seu saco de presentes, os adolescentes geralmente tem preferencia que seus presentes sejam em dinheiro, e os adultos só esperam que a ceia dê para todos e não haja imprevistos.
É mais fácil que na infância vivamos uma maior incidência de emoções positivas, porém infelizmente nem todas as crianças tem a oportunidade de vivenciar o Natal na esperança da chegada do papai Noel, muitas tiveram que esquecer a fantasia e foram negligenciadas nos seus direitos e necessidades. No entanto, tudo isso vai depender bastante de como os adultos mais próximos da criança percebem e vivem esta época do ano.
Outros precisam lidar com a dor de não terem mais por perto aqueles a quem tanto amaram e que traziam sentido para suas vidas, especialmente em um tempo de tantas emoções à flor da pele.
Não há duvida, Natal é um tempo de muitas emoções.
Como seres emocionais fomos criados com a capacidade de sentir todas as emoções, sejam elas de surpresa ou desapontantamento, de tristeza ou alegria, da empatia ou de antipatia. Experiênciamos nesses dias, coletivamente, como em nenhuma outra época essas emoções, que fluem rapidamente, num movimento quase infinito de formas e assim experiênciamos o mundo não só pelo que pensamos, mas especialmente através do que sentimos.
Esse é outro aspecto que também merece nossa atenção, pois o que vai nos ajudar a nos sentirmos melhor é vigiar e melhorar o tipo de pensamento que temos.
Se você associa o Natal a algo triste, seus pensamentos vão correr nesta mesma direção, e a sua mente vai ser ocupada por pensamentos como “que data mais tristes”, “tomara que esse período passe logo”, “não suporto a felicidade dos outros,” “acho tudo uma falsidade” e por Ai vai.
Esse momento do ano, é uma boa oportunidade para identificar o que sentimos e refletir sobre o que está nos fazendo sentir dessa forma. Sentimos alegria? Ou nos sentimos tristes, melancólicos e irritados?
É importante e necessário compreender nossas emoções, nos permitir senti-las e fazer o que estiver em nosso alcance para gerenciá-las e vivê-las de uma maneira saudável.
Então, poderemos ver esta época do ano como um momento oportuno para tentar enxergar as coisas que nos fazem mal de outra forma, tentando compreender melhor a nós mesmos e administrando as emoções que sentimos, ao mesmo tempo em que nos damos a oportunidade de nos sentimos melhor.
Se olharmos para esse momento do ano na busca de elementos duradouros, que nos conduzam ao crescimento e a evolução, ganharemos um presente que será usado não somente em dezembro, mas em todos os meses e épocas do ano!
De qualquer forma, essa época precisa ser celebrada em nossas vidas como um elemento da nossa fé e esperança, independentemente de qualquer religião, deve ser uma experiência de amor, de renovo e de relações mais saudáveis entre as pessoas e não apenas como um Natal agitado, de compras e presentes, reduzida ao comprar e vender, ao lucro, e à “necessidade” de ser comemorado ou de se suprir expectativas alheias.
Não esperemos a chegada de dezembro para valorizar a alegria de estar com quem amamos, de desfrutar a presença e a simplicidade de ter por perto quem nos faz bem, priorizando o que tem valor e não apenas o que tem preço, colocando em pratica a cada dia a solidariedade, o amor, o respeito, a reciprocidade, o auto cuidado, para que possamos “refletir” todas as luzes do Natal.
E assim teremos um,
Feliz Natal!