Espaços de Encontro e Conexão

No momento em que soube o tema desta edição, fiquei imaginando como escrever sobre a relação da arquitetura com “o dia do amigo”, como relacionar dois assuntos que parecem tão distantes ao primeiro olhar? Bastou me aprofundar um pouquinho nesta reflexão para perceber que a arquitetura está completamente ligada aos relacionamentos humanos, uma vez que todos eles acontecem dentro e até através de espaços físicos, sejam eles construídos ou naturais.


Mas como podemos entender esta relação tão íntima e sutil entre arquitetura e amizade?


A arquitetura é mais do que uma expressão estética, é uma forma profunda de comunicação que ultrapassa a questão visual. Ela não apenas molda nossos espaços, mas também influencia intensamente em como nos conectamos uns com os outros e interpretamos o mundo ao nosso redor. Os espaços que compartilhamos desempenham um papel crucial no desenvolvimento e na manutenção das nossas relações, sejam elas de amizade ou não, e a arquitetura pode contribuir neste contexto de diversas formas:

  1. Facilitação de encontros casuais: Lugares como parques, cafés, praças e áreas comuns em prédios residenciais proporcionam oportunidades naturais para as pessoas se encontrarem e interagirem de forma casual. Esses encontros informais podem ser o ponto de partida para o estabelecimento de novas amizades e relacionamentos.
  2. Promoção da interação social: Espaços projetados para facilitar a interação social, como áreas de convivência em universidades, espaços de coworking ou clubes, encorajam as pessoas a se conhecerem melhor e a compartilharem interesses comuns. A ideia de usar mesas compartilhadas também fortalece a promoção da interação social.

Espaços abertos para interação e promoção social.
Fonte: archdaily.com.br/br/1015559/loja-apple-jingan-foster-plus-partners

  1. Criação de comunidades: Em bairros ou conjuntos habitacionais que possuem espaços comunitários bem projetados, os moradores têm mais oportunidades de se reunir, organizar eventos e atividades, garantindo a oportunidade de conhecer as pessoas que dividem o mesmo bairro ou região urbana.
  2. Cultura de colaboração: Em espaços de trabalho compartilhados ou ambientes criativos, a colaboração e convivência em equipe é incentivada, criando oportunidades para o surgimento de amizades entre colegas de trabalho ou profissionais de áreas afins.
  3. Experiências compartilhadas: Lugares como teatros, estádios esportivos e espaços culturais promovem experiências compartilhadas que podem fortalecer laços de amizade através do compartilhamento de emoções e interesses comuns.
    E como podemos promover as conexões dentro de nossas casas? Como criar ambientes propícios para as interações entre amigos e familiares? Abaixo algumas dicas que podem mudar completamente o ambiente e transformá-lo em um espaço de compartilhamento e experiências:
  4. Ambientes de confiança e conforto: Espaços aconchegantes, onde as pessoas possam se sentar de maneira confortável e de frente umas para as outras, onde as pessoas se sintam à vontade para se abrir e compartilhar experiências. Optar por espaços em formato circular ou oval e utilizar materiais aconchegantes como tecidos, tapetes e almofadas consolidam esta ideia.
  5. Layout e móveis integrando diferentes ambientes: Retirar paredes para integrar espaços, utilizar divisórias mais leves e translúcidas, bancadas entre cozinhas e salas de jantar/estar e mobiliário solto, permitem ajustar o layout para receber amigos e familiares;

Ambientes integrados em residências.
Fonte: ambigutravel.my.id/blog-br/area-gourmet-com-sala-de-tv.html

  1. Espaços ‘in and out”: Integrar a área externa e interna permite que as pessoas aproveitem espaços diferentes, mas mantenham a conexão e interação. Áreas gourmet ou de estar conectadas com piscinas e jardins, varandas conectadas com salas de estar/jantar são exemplos de conexões in and out que fortalecem a ideia de convivência.

Espaços in and out – Projeto Seferin arquitetura.
Fonte: blog.archtrends.com/in-and-out/


Espaços compartilhados não apenas facilitam encontros e vínculos sociais, mas também criam ambientes propícios para o desenvolvimento de relações de amizade ao oferecerem oportunidades de conexão genuína. Te convido a olhar para os espaços onde você transita e trazer as ideias dos ambientes compartilhados para fomentar o fortalecimento das relações entre os usuários, tanto no âmbito pessoal em suas casas, quanto nos espaços profissionais.
Os espaços podem proporcionar experiências incríveis, basta que olhemos para eles com a atenção que merecem.

Por: Gabrieli Maria Boff.

Gabrieli Boff

Gabrieli Boff

Arquiteta e Urbanista, pós graduada em Projeto de Arquitetura e atualmente focada no mercado de luxo para Shopping Center, varejo e residencial. Uma Catarinense inquieta, residindo em São Paulo e extremamente apaixonada pela vida.

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